Governo de São Paulo recua após mobilização de prefeitos e moradores da região
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou que o Circuito das Águas Paulista será excluído do novo sistema de pedágio eletrônico por trecho percorrido (free flow), previsto nas futuras concessões rodoviárias do estado. A decisão foi comunicada durante reunião com prefeitos da região e lideranças do MDB, realizada no início de julho na capital paulista.
Entenda o que é o Pedágio Free Flow
O sistema free flow permite a cobrança eletrônica proporcional à distância percorrida pelos veículos, sem necessidade de praças físicas. O modelo vinha sendo estudado para diversas regiões, inclusive o Circuito das Águas, com previsão de instalação de até 37 pórticos de cobrança.
Cidades como Jaguariúna, Amparo, Serra Negra, Lindóia e Águas de Lindoia seriam impactadas diretamente, com cobranças em vias de tráfego urbano e intermunicipal.
Pressão Popular e Mobilização Regional
A decisão do governo veio após intensa mobilização popular e institucional. O movimento “Pedágio Aqui Não!” articulou protestos, campanhas nas redes sociais, moções legislativas e diálogo com a ARTESP (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).
Prefeitos da região, entre eles Ricardo Cortez (Santo Antônio de Posse), destacaram os impactos negativos do modelo para o turismo, economia local e mobilidade regional. A cobrança em percursos curtos e urbanos geraria custos elevados e desproporcionais à população e ao comércio local.
Precedente em Outras Regiões
Este não é o primeiro recuo do governo paulista em relação ao free flow. Recentemente, pórticos planejados para a Rodovia Luiz de Queiroz (SP‑304), entre Americana e Santa Bárbara d’Oeste, também foram cancelados. Na ocasião, o governador afirmou que poderia “voltar atrás” sempre que o modelo não atendesse à realidade local.
Próximos Passos
Embora o Circuito das Águas tenha sido excluído, outras regiões do interior ainda seguem no plano de concessão. A chamada Rota Mogiana, por exemplo, prevê a instalação de 18 pórticos na Região Metropolitana de Campinas, incluindo trechos que também enfrentam resistência por parte da população.
Conclusão
A retirada do Circuito das Águas do projeto de pedágio free flow representa uma vitória das lideranças locais e da mobilização comunitária. A decisão reforça a importância do diálogo entre governo e sociedade civil na formulação de políticas públicas que respeitem as especificidades regionais.