São Paulo, 9 de junho de 2025 – No segundo mês seguido de alta, a Amazônia legal apresentou um aumento alarmante na devastação. Dados do sistema Deter, do Inpe, revelam que em maio de 2025 foram desmatados 960,3 km² — um crescimento de 92% em relação ao mesmo período de 2024 veja.abril.com.br+1greenpeace.org+1.
Estadualmente, o Mato Grosso desponta como epicentro da devastação: com 627 km² desmatados, o estado concentrou 65% do total e teve expansão de 237% sobre maio passado. Pará e Amazonas vêm em seguida, com 145 km² e 142 km² respectivamente .
Fatores por trás da destruição
Especialistas apontam que a combinação dos efeitos das secas prolongadas – influenciadas por mudanças climáticas e um El Niño intenso – e o uso do fogo por humanos têm acrecido a vulnerabilidade das florestas. Dados mostram que 23,7% dos focos de calor entre agosto/2024 e maio/2025 ocorreram em florestas nativas. Segundo o secretário João Paulo Capobianco (MMA), “o uso do fogo de forma criminosa está se mostrando uma estratégia eficiente para destruir a Amazônia” greenpeace.org.
Grilagem avança em terras públicas
A análise do portal Terra Brasilis revela que 41% da área desmatada em maio ocorreu em Florestas Públicas Não Destinadas (14,1%) e em zonas sem registro fundiário (27%). No Amazonas, 64,5% do desmatamento foi em florestas públicas, evidenciando o avanço da grilagem greenpeace.org+8greenpeace.org+8veja.abril.com.br+8.
Thais Bannwart, porta-voz da campanha Desmatamento Zero do Greenpeace, alerta que 32,7 milhões de hectares de florestas públicas estão sob risco de apropriação ilegal. Em abril, o desmatamento nessas áreas cresceu 229% em relação ao mesmo mês do ano passado greenpeace.org.
Pandemia legislativa: PL 2159/2021 alarmante
Com críticas veementes, o Greenpeace denuncia o PL 2159/2021 — apelidado de “PL da Devastação”. O projeto, que reduz exigências no licenciamento ambiental, é visto como estímulo à grilagem e ao desmatamento em torno de grandes obras. Thais Bannwart ressalta que, sem uma legislação ambiental forte, “não haverá suficiência para impedir a impunidade” greenpeace.org.
O que se espera das autoridades
Apesar de recentes ações federais no combate a incêndios e desmatamento, o Greenpeace exige medidas mais enérgicas:
- destinação efetiva de florestas públicas para conservação;
- aplicação rigorosa de multas e embargos;
- bloqueio de crédito a quem usar fogo ilegalmente;
- e rejeição no Congresso de medidas que fragilizem o licenciamento ambiental greenpeace.org+7greenpeace.org+7pt.wikipedia.org+7greenpeace.org.
Organização ambientalista lança alerta urgente
O Greenpeace sublinha que este cenário, já observado em abril, só reforça a tendência de reversão de ganhos ambientais. Afinal, maio foi o segundo mês seguido com alta nos alertas — um sinal de que a estratégia de contenção enfrenta retrocessos, com graves riscos à integridade da floresta .
Considerações finais
O aumento de 92% no desmatamento em maio é um dado chocante, que exige medidas imediatas e coordenadas. A conjunção de fatores climáticos, fogo criminoso, grilagem em terras públicas e enfraquecimento legislativo cria um quadro complexo.
O futuro da Amazônia depende das decisões das autoridades: preservar ou permitir que a maior floresta tropical do mundo siga sendo desfigurada. A questão não é apenas ambiental — é vital para o equilíbrio global.
Matéria produzida pelo setor de meio ambiente, com base em relatório publicado pelo Greenpeace Brasil e dados do Inpe.